sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

20 de Dezembro

Um coro de santos
às vésperas do Natal
entoavam cânticos
para celebrar o Salvador
faltava-lhe uma soprano
de voz sem igual

todos sentiam
algo havia de diferente
faltava: sal, luz
sobravam: bancos
eis o culto de natal...

não era uma criança
que faltava
tão pouco um visitante
eis um corpo, um coro
deficiente

faltava a voz doce
faltava a irmã
faltava-nos um membro
importante parte do corpo
do Senhor

ausência dói
ânsia seca a garganta
olhos furtivos
desviavam-nos à entrada
faltava algo...

culto sem sentido
louvor sem razão
corpo sem parte
coro sem refrão

faltavam-nos nossos olhos
verdes olhos
faltava-nos o solo
a solidão
da ausência...

corpo deficiente
coro sem razão
natal sem alegria

lágrimas corriam
saudade doía
faltava um motivo
para dar-nos alegria
sobrava a oração:

Senhor, traze nossa querida
irmã
para juntos cantarmos
louvores de gratidão!

Dedicado a uma querida amiga e irmã serva do Senhor: Léa.

25 de dezembro

meia noite
d'um natal
meia boca
nas bocas
um singelo
e sem coragem:
feliz natal
as taças tilintam
risos correm
ao redor da casa
na tv o filme
daquele Jesus
ah o que nasceu
o natal é dele
é... pois é...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Velha história

natal que muitos celebram
não é o mesmo
que devemos comemorar

que muitos pais não cantaram
para suas crianças embalar:
o verdadeiro presente
que as faz contentes
não vem do papai noel

vem da estrela do Oriente
que brilha no céu
vem d'um pobre menino
nascido em Belém
porque de Deus vem realmente
nosso bem

a velha história
que muitos desconhecem
é sobre esse menino Salvador
o próprio Deus se fez carne
e habitou entre os seus

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Nasce e renasce

tocam os sinos, não os das renas
não é o papai noel, mas o do céu
a anunciar que no menino Jesus
no menino Deus:
nasceu a salvação
o rebento pobre
acolhido no colo da mãe Maria
da virgem mãe
nasceu-nos a libertação
Aleluia cantam os anjos
glória a Deus louvam os pastores
a Estrela do Oriente brilha no céu
Aleluia, toda glória,
certamente, cantaram os humildes senhores
quando contemplaram o menino Senhor
menino servo:
a verdade do céu
regozijaram-se também os magos
exultaram de alegria
porque no céu a estrela brilhara
o reino descera a pequena Belém

nasceu Jesus! ecoam os quatro cantos da terra
nasceu Jesus! nEle, hoje, tenho vida eterna

natal celebra: os comes, os bebes, a reunião
no natal brilham as luzes: das árvores, dos prédios
mas Cristo deseja: ser o pão, o vinho, a comunhão
no natal; e nele brilhar a Sua luz mesmo nos ébrios!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Advento

chegou-nos o natalício:
o menino Jesus
nascido da virgem
a Estrela do Oriente
o qual crescia:
em estatura, em sabedoria,
em graça diante dos seus
o menino Deus

a estrela da manhã
a qual brilhou no Oriente
alumia em nós
seres viventes

tilintam os sinos
nasceu-nos um menino
louvam os anjos
nasceu o Salvador

no advento
celebramos o Emanuel
com presentes, enfeites
comidas
celebramos o Rei
dono da prata e do ouro
que numa estrebaria
nasceu
acolhido em velhos panos

os pastores adoraram
o menino Senhor
que pelos anjos avisados
contemplaram o Salvador

oito dias passados
o menino foi consagrado
à porta do Templo
dava louvores a Deus Simeão
despediu-se dando graças
por ter visto a salvação

Celebremos o menino
motivo de nossa adoração
toquem os sinos
pois que de Deus recebemos
nossa salvação!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Escolhi

escolhi a vida
a abundância do Teu ser
escolhi?
eis que fui chamada
antes de ser formada
antes de o ser

promessas fizeste
a minha vida
escolhi: viver
viver a vida
a vontade
de ser o que tu és

tu és a própria vida,
a vontade do meu ser

minh'alma em ti aquieta
porque das trevas não me livras ?
estende-me a mão,
teu braço forte
meu norte
meu este

tu és meu próprio ser:
de ti, em ti e para ti

escolhi tua vida
porque meu coração
ouviu tua voz
tua vontade
tornou-se a minha
teu Espírito o meu

vida em abundância:
água, pão, sal, luz, comunhão

sejamos em ti
como tu és em nós
e no Pai: uno
única: vontade, fé, comunhão
vida, ressurreição
família, refeição
do Cristo: pão do céu, água da vida
e vida eterna...

domingo, 22 de novembro de 2009

Poesias

Meu novo amigo e irmão em Cristo, Sammis Reachers, publicou em dois blogs seus quatro poesias minhas: Escolha e Ideias para a cabeça; e duas poesias evangélicas: Mil dias e Alma cansada.
Visitem seus blogs:

sábado, 21 de novembro de 2009

Doador

Justo és Senhor
E doador da vida
Seu Espírito Consolador
Unido ao meu renova-me as forças
Sem ti, oh bom Pastor

Eu estaria na perdição,
Maldito seria
Ainda que me esforçasse em ser como ti igual
Nunca alcançaria tua altura espiritual
Uma cruz salvou-me a vida
E em ti, Refúgio seguro, encontrei guarida,
Liberdade e salvação.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sem nexo

Justamente aquela
Uma
Ligeiramente
Incondicional, incessante
A amar a Deus, à vida e aos outros.
Não abandonem
A fé!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Novo encontro

Invento em meus sonhos, um novo horizonte,
Vagamente, vontades vejo:
Amar-te, beijar-te a fronte
No novo encontro de meu desejo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Que Deus é este?

"Precisamos do Cristo não porque os homens se esquecem de ter fé, mas porque, com frequência, eles abandonam a Razão e cedem ao horror." Reinaldo Azevedo*


Cristo está em nós
estendamos as mãos
aos negros, aos pobres
sofridos

aos que pouco tem
e nada esperam

estendam as mãos
cristãos
brilhem o Cristo vivo

para que nações, tribos
povos, línguas
desfrutem de seu amor
e sua misericórdia

miseráveis homens,
mulheres, crianças
morrem

morrem esperanças,
amanhãs

Cristo vive
façamos brilhar
sua glória

Ele está presente
em nós
para nós
e outros

estendam as mãos
multipliquem-se
enchei de graça o mundo

nem horror
fome, guerra,
miséria

apenas graça
e amor
amor que falta
à razão,
à fé...


* Azevedo, Reinaldo. Que Deus é este? IN: Veja de 24 de dezembro de 2008

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tudo novo

Enfim
um novo dia
gorjeiam os pássaros
o sol alumia

na manhã
o brilho dos olhos
da esperança
a aquecer nossos corações

corações aflitos
perseguidos
mas nasce
um novo dia

uma nova canção
uma nova vida
se renova
no novo sol

da manhã:
tudo novo
surge novo cântico
novo verbo

novas vozes
a entoar
novos cânticos
ao novo e velho Senhor!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mil dias

minh'alma em ti repousa
quando das tribulações
teu Espírito traz calmaria

viveria em ti mil infindos dias
num sempre repousar
pois que das pedras
não me livras

mas sobre a Rocha:
Cristo
faz-me morar

ah! que venham tempestades,
dores, sofrer
ainda em ti viveria mil infindos dias

porque de Cristo
e para isto
quero viver.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Somos casa

é tempo de evangelizar
anunciar às nações
tribos e línguas:
do Espírito somos templo

se de Deus ouvimos
a voz a chamar:
- vem alma cansada
beba da água da vida

sacie a fome com o pão
do céu: Jesus
do meu mundo farei de ti luz
e voz da anunciação

pedras, tropeços encontrarão
prometo, contudo, de ti jorrar:
amor, perdão, multiplicação
de mãos estendidas a orar

de misericórdia, de compaixão
saia a pregar
deixe minha voz em ti falar:
minha carga é leve

suave é meu jugo
quando o Espírito
em ti habitar.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Insight

palavras:
voam pelo tempo
catando o vento

colhem tempestades
vontades
de surgir

numa epifania
numa alegria
do simples

mais simples
que for o surgir

apenas palavras
simplesmente palavras...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Olhagem

vi ao longe
numa baça visão
o sorriso d'um homem
de olhagem

seria o mesmo
de outrora?
que de amor
não me matava

austero, desamoroso:
matou-me o pai
e o amor por ele

seria o mesmo
de outrora?
só de olhagem?

baça visão
oásis desértico
de solidão.

domingo, 4 de outubro de 2009

Mosaico

Falando do nós surgiram-me os seguintes versos:

cacos de mim
de vocês
de nós
surgiram-me:
nasci

nasci no outro
do outro
em mim

rompi minha crisálida
irrompi em mim
de mim
de você
em você
de nós
em nós

cacos miscelânicos...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Coisificação do eu

coisifiquei-me
para me sentir

sentir-me objeto
de mim mesmo
do outro
e do outro

coisificar-se
é assim:
ser parte
do todo

e do todo
ser nada
do nada
ser coisa
alguma

alguma coisa
que sentido faça
e que me faça
sentir...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Colóquio

Chuva que chove sem parar
vento que varre sem cessar
palavras vagueiam aqui acolá
vidraças baças:
trem, ônibus, metrô
enquanto sufocados os passageiros
vagueiam nas palavras; nos olhares:
decotes, pernas, paisagem cinza, chuvosa;
nos pensamentos: compra, conta, cama...
e chove chuva sem parar
e varre vento sem cessar!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Impressões

O estar perto imprime o diálogo sem compromisso
impressões se fundem, se calam
sentimentos se traduzem no olhar,
no sorriso, nas lágrimas
personificação dos silêncios.

Noite alta, céu plúmbeo, lua obscurecida
ideias se fundem, se calam
o estar perto, bem perto
traduz a realidade: o desejo
de apenas ali estar

ao lado de quem se ama
e de quem quer estar perto,
bem perto. A dividir: sonhos,
ideais, medos, desejo de ser,
de fazer, de dividir, de compartilhar.

domingo, 27 de setembro de 2009

Os sentidos

És como o vento
uma brisa suave, constante
a soprar na minha janela
presença que me basta, alegra,
diáfana: traz em si a vida,
a água, a luz, a plenitude

não se aparte de mim
pois tua vida fundiu-se a minha
sem tua existência nada é,
nada foi, nada será.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Insurge

Em sonhos tua imagem me surge
Tão límpida, tênue
como se Deus estivesse
a responder minha prece
de ver-te plena, completa.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O sabiá

Lá fora gorjeia o sabiá
a espera que outro responda,
ao longe, a outro a dizer
que chuva não haverá
porque alto brilha o sol
e resplende na natureza:
a primavera,
que os primeiros
sinais faz vicejar:
melros, sanhaços,
andorinhas, ipês
roxos, rosas, amarelos
primaveras,
orquídeas multicolores
e o sabiá gorjeia
porque chuva não haverá.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Impressão

Tragédias perpassam a realidade
pés descalços do ir e vir
vagar a esmo; a espera
do milagre: da multiplicação
da boa vontade, das mãos
estendidas ao que pouco tem
e pouco espera.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

[di] vagação

além-mar sigo
rumo aquém
do horizonte
visão limitada
do ilimitado
monte

monte: de areia
de amor
de sereia
de odor
de má vontade

de seguir além-mar
de persistir no amar
amar:
a areia
o amor
a sereia

o odor
do ilimitado horizonte
a me espreitar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

[in] dependência

carta de alforria
da tal liberdade
ria
regozije
vivemos livres
de quê?

[in] dependência
da boa ou da má
vontade
da mãe pátria

da vontade
de ser
o que não é
do sonho

que se sonha
toda noite
toda vida
vontade
de ser

o que não se pode
de querer
o que não tem:
independência

porque vivemos
[in] dependência
da boa ou da má
vontade

da maledicência
descomunal
dos políticos
afinal

viver
[in] dependência
não é
de todo
mau...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Escolha

qualqueres
ou quaisquer
que sejem
as palavras
para rima
que sejam
escolhidas
no eixo
do paradigma
e se unam
no sintagma
do velho
português:
a última flor
do Lácio

ócio
do ofício
do poeta
mal trapilho
mal amado
mal pago
mal entendido.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Memórias de um certo português

o velho de minha história:
tez ruborizada
voz gaguejante
olhos azuis
linhas do tempo...
longos braços
a narrar
reminiscências
e dissidências
da História.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

[Re] ação

cem ideias passam
pela cabeça
qual descrever?

reflexão de todo poeta:
qual palavra lapidar
para vida dar a poesia?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Folhas migratórias

viajam pelas tantas
aqui acolá
folhas migratórias:
borboleteiam
vagueiam
pelas ruas
d’aqui e acolá
nos outonos
e invernos
da vida
insólita
e solitária.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Noite no céu plúmbeo

Noite cinzentada
a ecoar os sons:
da chuva metalizada
do vento a assoviar
a varrer
as folhas secas
derribadas
cansadas
de esperar
pelos pássaros
inquietos
sempre a migrar...

noite no céu plúmbeo
de outono chuvoso
de vento nervoso
sempre a vagar...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

[In] sonia

[in] sonia
quase não dormi
divagar é mania:
pensar na poesia
que não escrevi

na mudez da madrugada:
vaga lume
vaga lembrança
vagação
das ideias

[in] sonia
dormem as ideias...

domingo, 9 de agosto de 2009

Pai

Do seu gene
muito herdei:
seus olhos, boca,
temperamento.

pai?
gera vida,
ensina, educa...
ama, castiga!


dia do pai
é todo dia
e toda noite
hora a hora: pai.

Pai?
papai, paizinho...

marido, filho,
tio, irmão,
avô, neto,
pai.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Saudade

Saudade da boca
que outrora
não beijei
E do afago
da mão
da qual não provei
o toque

Das mãos espalmadas,
do silêncio,
do encontro dos olhos.
do sim:
eu te amo!

Saudade:
do passeio
de fim de tarde
pelo qual não passamos.

Saudade, sim,
do sonho,
que trouxe
a lembrança,
o beijo
e do afago
não dados.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Inexorabilidade

Dias ermos
dentro em mim
noites vagas:
vento a bater
nas janelas

será sonho?
friozinho a cantar
entre as frestas
das janelas
sibilam seu nome

qual nome?
será sonho?
vento a bater
nas janelas...

confusão de pensamento
será sonho?
embaçamento
dos vidros da janela:
sinto e vejo
sua respiração
sôfrega
descompassada

será sonho?
dias ermos
dentro em mim
na noite, a inexorável,
o vento
sibila seu nome
entre frestas
das janelas.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Ideias para a cabeça

gota a gota
letra a letra
formei poesia.

as ideias gotejavam
sobre minha fronte
as letras da poesia

qual cruzada de palavras
todinhas baralhadas
sobre minha fronte fria

nasceram poesia.

domingo, 19 de julho de 2009

Trovas

amanheci
tornei-me dia
na noite baça
da poesia.


mistérios (des) cobri
no teu corpo em chama
quando beijei-te ao pé
da cama.

De onde vem a inspiração?

de onde vem
a inspiração?
da cara amassada
da noite mal dormida?
do amor que se sonha
na noite bem dormida?
do banheiro?
do trem?
do ônibus?

de onde vem
a inspiração?
das epifanias
do dia a dia?
da conversa
ora esquecida?
da bagagem
de livros lidos?

de onde vem
a inspiração?
da infância?
da adolescência?
da saudade?
da morte?
da vida?

de onde vem
a inspiração?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Verdes olhos

Explosão
Fogos de artifício multicolores
Suores
E calafrios
Verdes olhos
Tudo está no ar...

Inimaginável sensação
É cheia...
Risos
Olhares
Respiração

Quiçá paixão...
Verdes olhos...
Perdem-se nos meus

Vôo nos pensamentos
Verdes olhos
Bocas
Mãos
Olhos nos olhos
Eclipse
Explosão!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Maria

Maria, a bem-aventurada,
favorecida dentre as mulheres.
Humilde serva lembrada
do Senhor.
Mãe do Salvador!

Achaste graça, o Senhor,
na virgem da Galileia.

Rememorada de geração em geração
tudo guardava no coração.

Bendita é dentre as mulheres,
pois bendito é o fruto
de seu ventre, Jesus:
do mundo, a luz!

Mãe-modelo que criou,
amou,
ensinou,
disciplinou
e educou
o Rebento do Senhor!

É exemplo para ti, Mulher,
Mãe-mulher.
Maria, a bem-aventurada,
favorecida dentre as mulheres.
humilde serva lembrada
do Senhor.
Mãe do Salvador!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tambolero: a dança do amor

Finda o dia.
O sol alaranjado
Põe-se.
A agonia
Da lua cheia
Irradia
Brilha alta a luz da lua.
Lua enamorada
Dança na madrugada
O Bolero que findou o amor.

O sol triste
Escondeu-se
Enamorou-se
Pela lua
Dançou o Tango da despedida
Triste partida.
Eclipse total...

A lua ocultou-se
O sol apagou seu brilho
Eclipse total!

Os olhos choraram
a partida,
a triste despedida
Não havia noite,
Não havia dia.

As bocas imploravam,
Clamavam pela noite
E pelo dia,
Mas o amor era impossível
Sol e lua
Não se encontraram
Também se ocultaram
As estrelas,
As filhas da noite
E primas da lua.

Volte satélite!
Volte luz brilhante!
Dancem o Tango do amor.

O clamor foi atendido
Mulher e marido
Voltaram
A lua voltou ao seu labor noturno
E o sol, o sol tragou a escuridão
Findou-se a paixão!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Amação

Proclama e ama
amar não é demais
mais que vida
pra quem vive: sobrevida.

Facilite o amor
amar não é demais
amar é vida

vida passa, como passa
amar não é demais
ama a criança,
o papai, a mamãe
ama o irmão.

amar vale à pena
não-amar é subvida,
é inexistir
vida passa, como passa
e amar não é demais.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Passarada

noitinha que vem
menina que passa
vai passa, o tempo passa
como passa!


vizinho que vem
outro que disfarça
vai passa, o tempo passa
como passa!

velhice que vem
vista que embaça
vai passa, o tempo passa
como passa!

pensamentos que vem
noitinha que passa
dias que vem
meninice que passa
vai passa, o tempo passa
como passa!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tudo? passa

Vai menina passa
brisa amena baça
é manhã, outra manhã
loucamente a infância passa
no peito? saudade marejada

menina-moça
cidadezinha qualquer
é manhã, outra manhã
loucamente a mocidade passa
no peito? saudade da moçada

mulher? mulher...
d'um homem qualquer
é manhã, outra manhã
loucamente o amadurecer passa?
no peito? saudade machucada

a bengala
duma velhinha qualquer
é manhã, outra manhã
loucamente a vida passa
no peito? saudade abandonada

domingo, 21 de junho de 2009

Alhures

Aqui e noutro lugar está
dentro e fora de mim, está
sonhos e volúpias

noite invernal
lua baça
passa

alhures e alheios
divagam pensamentos
dentro e fora de mim, está

você? em mim
noite infernal
passa!

passa, passaremos
noites e dias ermos
dentro e fora de mim, está

domingo, 7 de junho de 2009

Alma cansada

Ele está à porta,
deixe-o entrar
tem uma voz serena;
é manso e suave
o seu convidar:
"- alma cansada vem, já"

Seu fardo promete carregar
da fonte da água da vida
promete sua sede saciar.

Nele não há formosura
nem beleza em se olhar
mas grande amor oferece
aqueles que lhe procurar.

Alegra o coração outrora inquieto
a alma sequiosa consolo sem par.

Ele está à porta,
deixe-o entrar
tem uma voz serena;
é manso e suave
o seu convidar:
"- alma cansada vem, já"

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Noitaradas passadas


Sinos da meia-noite a tilintar
fantasma a assombrar
os sonos dos homens

pesadelando noitaradas passadas
os mortos-vivos do passado,
amor mal-resolvido:

bate a porta meia-noite
noite e meia
a passar

gemidos gelidos da madrugada
amor mal-resolvido
a assombrar.
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